Deixar de trabalhar com 500 mil reais, é possível?
Este final de semana consegui tirar um tempo do mundo online. Fui literalmente para o “meio do mato”, como alguns dizem.
Ao voltar a usar as redes sociais no feriado do dia 20 de Novembro, me deparei com essa questão: – Parar de trabalhar tendo 500 mil na conta.
Será que é possível?
Já imaginou deixar de trabalhar por ter 500 mil reais na conta?
Eu ainda não cheguei nesse montante, mas com 200 mil reais confesso já pensar. Sei que é um puta devaneio, mas já pensei.
Afinal, muitos dos blogueiros que começaram a jornada para a independência financeira gostariam de se aposentar cedo para sair do emprego chato em que se encontram.
Eu não fujo a regra!
Mas temos que encarar a triste realidade e aceitar que com 500 mil reais, é praticamente impossível deixar de trabalhar.
Sejamos sinceros, em um pais onde a inflação costuma dar uns saltos de vez em quando (eu sei, eu sei, já foi pior…), como conseguir uma taxa de retirada segura?
Quem é familiarizado com os conceitos de independência financeira, sabe que não podemos simplesmente sacar a rentabilidade total do investimento e sair por ai curtindo.
Precisamos proteger o montante investido contra o dragão!
Dessa forma, retiramos apenas uma porcentagem para viver, deixando o resto encarregado de proteger nosso capital contra a inflação.
Lá nos EUA ficou conhecido retirar apenas 4% ao ano do montante total. O Aposenteaos40 aborda esse tema muito bem.
Já no Brasil, um estudo concluiu que podemos sacar mais do que 4% ao ano. Para ser mais exato, o estudo concluiu que podemos sacar 5% ao ano com chances muito baixas de problemas.
Na tabela acima, a primeira coluna mostra o valor mínimo que um pais conseguiu sacar durante 30 anos.
Nas colunas seguintes, mostra o quanto cada país pode sacar com um percentual de falha. Observe que com 1% de falha, aqui no Brasil poderíamos sacar cerca de 6% ao ano.
Ou seja, poderíamos sacar praticamente o rendimento total da poupança com poucas chances de problema. (Segundo o estudo)
Você pode conferir a metodologia e a alocação de ativos feita no estudo aqui.
Aplicando os conceitos aprendidos, posso parar com 500 mil?
Em uma conta de padeiro, se retirarmos 4% dos 500 mil, teríamos cerca de 20 mil reais para viver no ano.
Você consegue deixar de trabalhar com essa quantia?
Agora usando essas calculadoras de independência financeira para ter um pouco mais de exatidão, poderíamos sacar por 45 anos a quantia de R$ 1900,00 por mês.
Um pouco mais que o salário mínimo atual e menos que os 3000 reais que é a média da renda mensal brasileira.
Novamente, dá para deixar de trabalhar com 500 mil reais?
Eu não consigo. O que poderia fazer é sair do meu emprego e buscar novas fontes de renda.
Aposentar, aposentar sem ter mais a pressão por dinheiro, infelizmente sem chances.
See ya!
Cara, também penso muito nisso. Claro que 99% vão dizer que não dá, mas como vc bem pontou, no meio do mato, ou seja, no interior em uma pqna cidade de custo baixo, onde vc pode ficar na internet o tempo todo tentando fazer alguma coisa produtiva pra não pirar, é possível sim. Tem mta gente vivendo com mil reais por mes por ai.
Nada de luxo e supérfluo mas dá.
Abraco e vamos juntos nessa jornada rumo aos 500k
Fala Douglas!
Em cidades pequenas realmente não precisamos de muito para viver. Mas no meu caso, com família para cuidar esse valor ainda é inviável parar. Mas dá para pensar em diminuir o ritmo, trabalhar menos. Isso dá e vou buscar isso!
Abraço e rumo aos 500k!
Vou lhe oferecer um caminho alternativo com 500 k investido.
Monta uma carteira de fii e renda fixa.
Vai estudar em temos integral pra concurso público.
Filtra concursos de cidades pequenas.
Cidade pequena: baixo custo de vida, carga horária dos cargos geralmente é 30h/s e o trabalho geralmente é tranquilo.
Vc não estará aposentado, mas terá uma qualidade de vida que muitos milionários de cidade grande não tem.
Cara, ao atingir os 500k, eu provavelmente reduza o ritmo. Vou continuar precisando de renda, mas sem tanta pressão (eu acho) hehe
Mas sua ideia não é ruim não. 30h/s é para ser de boa. Eu acho
Investigor Inglês, penso que a coisa pode ser ainda melhor, essa conta de 4% e 5% são mantendo o principal, certo? E para quem não quer deixar herança e consumir o máximo do patrimônio ao morrer? Tiipo “morrer com zero”. Daria para aumentar para 7, 8 ou 9% ou não?
Se soubesse quando iria morrer sim, mas se o cara tem 40 anos agora e morrer com 90, sao 50 anos e nisso votlamos pra regra dos 4%..nao tem magica
Exato! Muitos dos estudos foram feitos com uma janela de 30 anos. Logo tentar consumir o patrimônio com muito mais tempo pela frente é bem arriscado.
Olá Henry!
Sim, é mantendo o principal. Contudo, ele deve manter por uns 30 anos se tudo der certo rsrs! Logo eu não arriscaria aumentar o percentual, ainda mais aqui no Brasil.
Tenho exatamente esse patrimônio e cada dia mais fica difícil aguentar a corrida de ratos. Infelizmente, meu custo de vida não comporta a retirada de 4, 5 ou até 6% desse montante, precisaria ser pelo menos o dobro (1 milha) pra chegar lá. Enquanto isso seguimos, esse boring middle é mais complicado do que eu imaginava pq enquanto você sabe que tem um dinheiro considerável, ainda não é suficiente, você ainda ainda não chegou lá!
Não fique esperando para viver a vida quanto tiver R$ xx de patrimônio. E não pense que a felicidade se encontra em quando parar de trabalhar. Ajuste sua vida para ser feliz durante a jornada.
Boa Odair!
Precisamos viver o hoje e curtir a jornada. Depositar todas as fichas de felicidade num lugar desconhecido pode ser catastrófico!
É Cot, essa fase é complicada mesmo. O patrimônio vai subindo lentamente pois os aportes já não fazem tanta diferença como no começo.
O que você poderia fazer é curtir mais, diminuindo os aportes e aproveitando mais o hoje.
II,
Muito bom você escrever sobre esse tema. Já pensei muito sobre isso, sobre o momento em que daria para parar.
Com o tempo a gente percebe que as coisas não são tão fáceis assim, principalmente em um país tão instável quanto o Brasil.
Penso que depois de um longo tempo, podemos diminuir o ritmo de trabalho, mas ficar sem nenhuma renda é desconfortável (não considero aqui as rendas provenientes dos investimentos). Além disso, quanto mais velhos, mais gastos com saúde e remédios.
São tantos fatores a serem analisados, não é?
Abraços,
Olá Rosana,
Penso o mesmo. Com um patrimônio não tão grande (menos de 1 ou 2 milhões) é complicado parar com tudo e não obter mais renda nenhuma. Logo o jeito é ir diminuindo o ritmo, ganhando mais tempo para fazer o que realmente gosta.
E sim, são muitos fatores! Idade, família… Enfim, é muita coisa para analisar. Logo a decisão não é nada fácil.
Abraços!